Outras Histórias

1 de março de 2010

8º Texto - SONHO

Abri meus olhos e tudo estava escuro. Ao meu redor, abaixo dos meus pés, tudo, tudo estava na mais absoluta escuridão. Não estava em pé, estava caindo, caindo para uma espécie – ao que me parecia pelo menos – de um abismo escuro e profundo. Uma coisa estranha era que eu conseguia me ver, como se uma luz emanasse em minha direção, mas sua origem era desconhecida, pois olhava para os lados e não via nenhuma luz. Uma grande explosão se faz logo acima, enquanto estou caindo. Aquela explosão gerou um impacto nos meus olhos, pois fiquei tempo suficiente para me acostumar com aquela escuridão abissal. Uma enorme luz se fez, e uma outra explosão, porém de cores, se fez, espalhando-se para os lados. Um enorme círculo de cores vivas se fez, e no meio deste círculo, o céu mais azul que eu já tinha visto estava lá, imponente. Assim que as cores alcançaram o extremo horizonte, uma montanha se revelou ao oeste, várias, aliás. Ao sul uma extensa floresta de um verde rico e vivo. Ao norte estavam os morros, com árvores aleatoriamente espalhadas. Ainda estava muito alto, meu corpo teria que cair ainda mais para tocar aquele chão. Nenhuma nuvem, nenhum sol, por enquanto, pois uma luz forte brilhou no horizonte leste, que era uma incrível planície, que se estendia até abaixo do meu corpo, para onde estava caindo. Eu observei e vi um rio saindo entre as montanhas, que se percorria até a metade da planície, e se dividia em dois; um deles terminando na floresta e o outro desaguando em um rio no meio dos morros. Nuvens começaram a aparecer ao meu redor – estava na altura delas. Eram nuvens claras, tão brancas e meus olhos se fecharam um pouco. Elas cobriram tudo, então não vi mais aquela paisagem. Parei de cair, estava flutuando. O sol que estava nascendo já alcançava o ponto do meio-dia quando as nuvens ficaram cinzas, cada vez mais escuras. Talvez uma chuva, talvez apenas uma pequena ventania. Voltei a cair, mas desta vez estava mais real, e antes que meu corpo fosse envolvido pela magnitude daquelas nuvens, eu simplesmente abri os olhos e vi o teto do meu quarto.
 
Nota: Este não é o sonho citado em alguns Textos atrás, este é apenas um conto imaginário.

Por Ronaldo Filho
8º Texto de 2010

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