Outras Histórias

15 de novembro de 2011

/\º Texto de 2011 - O Exílio na Liberdade


Palavras. O meu refúgio. Não fujo daquilo que me intimida. Eu simplesmente fico intrigado com isso. Eu já fugi, algumas vezes. Mas agora é diferente. Preciso parar e encarar a situação e ver que não sou mais aquele de três ou quatro anos antes.

Datas. Elas são o marco da paranoia humana, do subconsciente coletivo. Uma forma de provar apenas que teu prazo está perto do fim. Quando me dei conta, já haviam se passado três anos, ou quatro.

Sentimentos. Uma forma de me expressar. E quem não as têm? Seria um mero tolo-coração-de-pedra. O que me deixava intimidado três ou quatro anos hoje não me deixa mais. Aquilo que me intimida hoje é mais do que tudo que poderia imaginar, mesmo tendo se passado três anos... ou quatro.

Vontade. Seria isso o desejo encarnado? Antes eu tinha meus sonhos, maior parte deles já se realizaram e se mostram hoje nada mais que o trivial, nada mais que o comum. Mas o Homem é um bicho que não foi feito para se entender. Quando seus desejos se tornam realidades e ele já não é mais tão impressionante, surgem outros desejos, outros planos, outras metas. Hoje os meus planos não são mais os mesmos de três ou quatro anos atrás.

Comparação. Dizem que é feio, dizem que é deselegante, mas é uma ferramenta obscura que todos acabam usando, senão na frente dos seus, ele o usa na mente, avaliando e comparando sua vida com outras vidas, dizendo que poderia ser melhor ter seguido aquele caminho. Comparando o que sou hoje com três ou quatro anos atrás... bem... o que importa? O que importa se fiquei melhor ou pior? Se me tornei um anjo ou um demônio? Se sou o protagonista ou antagonista da minha história? Três ou quatro anos atrás eu me preocupava com isso.

Passado. Mesclas de lembranças, de sentimentos passados, de coisas que se foram e jamais voltaram. Mesmo sendo inútil revirá-lo, ainda serve para uma comparação. Afinal, o que sou hoje é fruto de três ou quatro anos atrás.

Exílio. Prisão, masmorra, grades! O que seria do homem se não vivesse ao menos um tempo de sua vida impedido de fazer, ver e viver as coisas que mais gosta? Seria intrigante ver um homem que nunca passou por um exílio. Ver que ele nunca sofreu a dor de uma paixão à distância. Impedido de voltar no tempo e reviver uma tarde e um beijo, ele sofre, ele aprende a valorizar. Nada somos sem as provações! Mas o que isso tem em comum com três ou quatro anos atrás?

Liberdade! Essa é a palavra! O que vivi três ou quatro anos antes fez de mim o que sou hoje, pois desde aquele dia, entrei num intenso e severo Exílio, um exílio na liberdade dos lugares mais impressionantes que já vivi, seja na Terra nos Morros, nas Terras Gélidas do Sul ou na Terra do Sol, onde minha personalidade tornou-se incrivelmente fria, porém dócil. Três ou quatro anos atrás, morei na Cidade de Luzes, para onde sempre desejei meu retorno.

Tempo. Inimigo mortal e invicto do homem. Nunca falha, sempre sabe o momento exato da vida e da morte. Mas ele não aponta glórias e derrotas, somente. Ele é o grande efeito sobre a sociedade, sobre as massas, onde: ou amadurecemos e vivemos, ou retrocedemos e morremos. Tantas referências à morte e não disse nada sobre a vida. Sim, a vida! O magnífico Sopro de DEUS!! A Caixa Mágica que sempre nos revela surpresas, nos mostra o que realmente somos e aponta nossas atitudes. Difícil falar da vida quando se sabe tão pouco sobre ela, porque a vida não é para se saber, e sim para um simples propósito óbvio: viver!


Neste Exílio na Liberdade, em uma turbulência de Sentimentos, aprendi que o Passado pode ser importante; a Comparação, uma necessidade; o Tempo, uma chance de fazer sua Vontade, que é um desejo, se realizar, independente de uma Data.


por Ronaldo Filho

Um comentário:

  1. Realmente o tempo é uma caixa magica que nos revela surpresas.
    Muiiito bom o texto :D

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