Outras Histórias

21 de março de 2011

7º Texto - Doce Escuridão

Penso no amanhã. No que ele pode chegar a ser. Tento fazer as escolhas certas, mas nunca sei que caminho elas vão dar. Estou num campo, um campo de guerra vazio. O céu é povoado por nuvens negras, não de chuva, mas de uma grande tempestade. Entre essas nuvens, vejo alguns raios de sol. A ventania é tão forte que sinto meu corpo sendo empurrado. Estou sujo. Estou triste. Estou mergulhando na escuridão, doce como o aroma de uma flor solitária em um descampado. Me levanto e olho ao redor. O horizonte parece pegar fogo, todo ele. As nuvens que cercam o firmamento agora se movem com incrível rapidez. Respiro fundo e seguro o ar nos pulmões cansados. Fecho meus olhos. As lágrimas caem sem parar. Depois de um tempo pensando sobre minha vida, solto a respiração lentamente e abro meus olhos. Vejo asas entre as nuvens. Vejo o que nenhum homem jamais presenciou em sua vida curta. Anjos voando sobre minha cabeça, sobre as nuvens negras, levando consigo o sabor doce da escuridão, que outrora fixara em meu coração, tornando-me impuro e incrédulo.



Pensei que ia morrer. Mas acho que a morte não é uma boa saída, não é uma alternativa muito boa. Espero não ser tarde para me arrepender. Espero não ter que derramar lágrimas de ódio, tristeza, rancor e impaciência.
Foi neste momento que um dos anjos passou perto de mim e me estendeu a mão...

por Ronaldo Filho, 7º Texto escrito às 22:30 do dia 21 de março de 2011.

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