Outras Histórias

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16 de dezembro de 2014

Sim e Não


27 de abril de 2014

Saudades...





É como a água pesada que se vai, seguindo o rio.
É como o ar pesado que acaba, se dissipando com a tempestade.
É como a tormenta que deixa de existir.
[É estranho como nos apegamos às pessoas.]
Brando é o suave toque dos anjos quando acalentam um coração massacrado por provas.
Brilhante é a alma que vence cada desafio, tornando-se cada vez mais experiente.
Bravo é o espírito que continua sempre lutando, sempre indo em frente.
[Cada um tem o seu jeito peculiar de nos conquistar.]
Abençoado é a vida de quem enxerga as verdadeiras razões, os intuitos de cada dificuldade que nos é imposta.
[Sentirei falta de cada uma delas e sei que conhecerei novas pessoas.]
Um dia conhecemos pessoas inesquecíveis, que fazem valer cada segundo do dia.
Noutro dia dizemos adeus, já sentindo falta desses segundos especiais.
E torcemos para que o amanhã nos traga o prazer do reencontro.
[Mas é que passei tanto tempo com essas pessoas que se pudesse carregava elas comigo.]
Não são versos tênues muito menos carregados de tristeza.
A vida nos deixa aproveitar de tudo um pouco.
Deus sempre coloca as pessoas certas nos nossos caminhos.
E a única certeza que temos é que um dia o adeus virá...
[Bem, meu coração vai fazer isso e se um dia eu puder voltar só pra dizer um 'olá', eu farei.]
...e a saudade gritará!
[Porque eu amei conhecer essas pessoas, aprendi muito com elas. Agradeço à Deus por isso!]
por Ronaldo Filho

10 de outubro de 2013

Mais uma vez...

Saudades de quando o tempo era curto e eu ficava esperando as horas passarem até o dia de te encontrar. Eu apostava em tudo, sabendo ser nada. Achava que era simples dar um passo à frente e receber um sim quando a situação me disse que não. Então o tempo correu, tropecei e fraturei minha moral, meu emocional simplesmente foi fragmentado e você, estava lá. Parte da minha aposta era pensar em fazer um caminho só meu e seu, mas tinha uma pedra maldita que simplesmente caiu entre nós.
Eu quero voltar.
Quero voltar antes de tudo isso.
Antes de tudo o que aconteceu.
Antes daquele fim de tarde numa praça.
Para nunca ter avançado com essa relação que me consome...
E quem nunca se sentiu um pedaço de nada, mesmo sendo um tudo para alguém?

por Ronaldo Filho

14 de setembro de 2013

Momentos de tristeza, momentos de glória. 
E todas as lembranças vêm com uma única orquestra. Momentos de tristeza, momentos de glória. Lágrimas de tristeza e de felicidade. Um turbilhão, um vórtice de emoções, uma cascata inimaginável de momentos que pagaríamos para reviver novamente. A vida é um livro estranho, cheio de histórias magníficas, com personagens cativantes e odiosos, com situações incríveis e um grau de aprendizagem mais que perfeito. O que dizer, então, se numa batida de coração posso resumir um milhão de imagens de um passado? Se cada sorriso, emoção, pessoas, lugares, tudo isso, vai ficar pra sempre comigo? Sim, foi especial enquanto durou, e eterno enquanto minha alma estiver aqui...

Nada posso dizer, a não ser viver...
"doce férias de 2011"
por Ronaldo Filho

29 de agosto de 2013

Bem vindos ao Fim de Tudo!

Os humanos tem uma necessidade estranha de impor regras para descumprir. Às vezes eles traçam uma linha de vida para diferenciar as classes e como se não bastasse ainda cospem um na cara do outro e chamam isso de protesto. Diferente a maneira que eles deturpam os valores que um dia seus ancestrais pregaram com tanto louvor. Claro que o tempo muda o homem. Essas mudanças são passíveis de culpa, guerra, mortes e fome. Assim como é passível de resultados maravilhosos. Sim! Resultados estes que de tempos em tempos são destruídos e depois reconstruídos. Mas cada vez os resultados maravilhosos se tornam menores.
Hipocrisia. Sociedade que prega valores reversos que assassinam os costumes de uma época próspera. Tolos humanos que não entendem a si próprios e acham que se organizar para dizimar classes resolverá seus problemas internos. Vivemos um tempo em que os reis moram nas barrigas erradas, onde os homens abraçam a morte como brincadeira, onde o tapa na cara da moral de um homem é motivo de guerra e caos, desgraça e dor, violência e morte.
Revertendo os valores, a humanidade se dirige para um caminho abaixo de seus próprios pés, mas não muito abaixo, apenas sete palmos!

por Ronaldo Filho

9 de agosto de 2013

Eu... Você - Parte 02

~Eu... Você~

Segue abaixo a segunda parte do conto em construção em parceria com Carolina Gama! Acompanhe também em seu blog:

3 – CHUVA E PRAÇA

Lembro-me de quando a vi pela primeira vez, Rachel. Foi como uma luz entre as trevas daquele dia. Os colunistas levantaram uma queixa contra um político e eu me recusei a fazer o mesmo. Fui praticamente ignorado desde então e rebaixado a escrever colunas sobre assuntos populares e acontecimentos fulos. Já fazia três meses desde que isso aconteceu. Naquela tarde, a chuva caía fina e preguiçosa. Quando já não me aguentava mais, eu simplesmente desliguei o computador, peguei meu casaco e saí.
Embora a chuva fosse daquelas intermináveis e finas, o sol aparecia entre as nuvens, um espetáculo exuberante da natureza. Não me importei em deixar as gotas caírem em cima de mim. Mas foi libertador tomar aquele banho natural enquanto eu cruzava a praça. Sentei num banco, molhado, mas não me importava.
O vento balançava as folhas, os galhos, espalhando aquelas grandes gotas geladas acumuladas. Os pássaros não paravam de cantar como que em agradecimento por aquela maravilhosa chuva. Eu poderia cantar também, mas sou péssimo, então fechei meus olhos e encostei a nuca no banco.
Parecia tudo tão tranquilo, até que escutei passos e com ele uma doce voz:
- Que dia maluco! Uma hora chove, uma hora faz calor.
Aquele anjo sentou ao meu lado. Olhei para ela, cabelos presos e molhados, assim como a dona deles.
- Oi! Sou Rachel!
Fiquei alguns segundos pasmo. Por que ela estava puxando conversa?

Por Ronaldo Filho
  
4 – SORRISO

Eu não sabia o que dizer. Você, sentado e deixando a chuva cair, me lembrou de quando eu desobedecia meus pais e saía na chuva quintal afora.
Naquela manhã tudo correu bem, até que uma de minhas pacientes resolveu falar dos sentimentos que reprimia e me ocupou por mais de uma hora. Sei que é meu trabalho, eu adoro, mas confesso que me irritei com ela. Fora isso, eu estava bem. Já tinha planejado um bom filme e um bom jantar para quando chegasse em casa, mas não antes de passar na sorveteria da esquina. O dia estava tão bonito, achei que daria um perfeito dia de preguiça.
Depois de marcar mais algumas consultas, sentei em minha mesa e concluí que ao menos por um dia eu deveria tentar não ser a especialista. Eu acho interessante como consigo usar de clareza nas situações alheias e não consigo ser clara comigo mesma. E então meu celular tocou, o telefone do consultório tocou e aquele barulho todo me fez apagar a luz e sair.
Eu não reparei na chuva até que deixei o consultório. E também não pensei em pegar minhas chaves antes de sair. Você sabe como eu não sou precavida em relação ao guarda-chuva. Notei quando você encostou a cabeça no banco porque você foi a primeira coisa que eu vi. Mas foi estranho, porque me perguntei o motivo de você estar sozinho, ao invés de apressar o passo. Talvez eu estivesse trabalhando demais.
Ainda bem que você riu de mim quando eu falei sozinha. Acho que resolvi ser simpática com um estranho porque ele estava na mesma situação que eu, molhado e perdido. E, é claro, porque ele tinha um sorriso lindo.


Por Carolina Gama  

30 de julho de 2013

Enxergando o Caminho

Foi como um relâmpago!
Depois eu abri os olhos e vi que o doce era veneno, que as árvores floridas eram apenas galhos secos, que a luz era artificial e que havia uma densa névoa sombria numa trilha confusa.
Medo? Pra que medo quando cumpri o passo mais importante que foi abrir os olhos?
Agora é usar minha força para sair deste lugar. A luz que rege em meu coração e aumenta minha fé me ajudará a sair deste lugar.
Será como uma explosão quando finalmente eu tirar os meus pés daqui!
tic-tac tic-tac, assim faz o relógio
tic-tac tic-tac, é só uma questão de tempo
por Ronaldo Filho

29 de julho de 2013

Um ticket para o passado

E quem não gostaria de comprar um ticket para os velhos tempos? Às vezes as situações são mais ferozes e violentas que parecem nos intimidar, parecem nos fazer recuar. Enfrentá-las é a única solução, mas o desgaste é tanto que desejamos lugares tranquilos, e então pensamos em quando não tínhamos que nos preocupar, quando éramos encarregados de sermos apenas 'inconsequentes'.
É de perder a cabeça! A vontade de regressar até uma época distante e cheia de lembranças boas é muito grande. Mas a mente é fértil e a viagem de volta é impossível.

Resta-nos as lembranças...

por Ronaldo Filho

19 de julho de 2013

Eu... Você - Parte 01 Um conto em construção

Em parceria com uma grande amiga, Carolina Gama, comecei a desenvolver um conto onde um casal se comunica como que por cartas. A relação de ambos definhou com o tempo, por diversos fatores, e esta troca de cartas construirá uma ponte entre eles. Se haverá uma conciliação, só o destino vai dizer, só as cartas saberão dizer que entre esses corações uma ponte será criada.
Acompanhem abaixo o resultado desta associação, e poderá ser visto também no blog da Carolina Gama, que consegue extrair cada palavra dos sentimentos de uma pessoa de forma singela e profunda!

~Eu... Você~

1 - EU, JOHN

É duro dizer o quanto eu me entreguei nessa relação. Eu, John, não poderia ter sido mais estúpido. Aquele fim de tarde foi intenso. Ainda me lembro do quão doce os seus lábios eram, o toque das tuas mãos, seus cabelos negros e macios, seu corpo nu naquela cama no chalé. A princípio você recusou, mas eu a beijei e você pediu mais. Estávamos embriagados, eu sei. Mas um amor de doze meses não é só um conto bobo de amor. Você não sabe o quanto eu odeio amar-te, o quanto lamento o dia em que me entreguei a esses seus olhos sedutores. Sim, eu ainda desejo o seu corpo, desejo ele bem junto ao meu, mas você é a garota mais difícil que eu conheço. Não vou negar que na noite em que terminamos, eu tentei dar um fim em minha vida em cada ponta de esquina, em bares, em boates, em bagunças que você sempre odiou e sempre evitou. E agora estou aqui, juntando os cacos que restaram de mim, porque fui atingido em cheio por uma bala sedutora: você.

Por Ronaldo Filho

~*~

2 – EU, RACHEL

Estranho é pensar em como eu não consigo controlar. Você não podia ser melhor. Não poderia ter sido mais oportuno. Aquele dia no chalé fora um dos melhores que já tive e seus olhos estavam tão vivos quanto seu corpo. O toque das suas mãos, os carinhos, as surpresas, tudo estava como deveria. Mas sei que eu falhei. Eu, Rachel, o deixei pensar que era só mais uma noite, embora não tenha conseguido evitar. Quero mais beijos, quero mais carícias, quero mais de você. Eu queria que aquele momento se multiplicasse pelos próximos dias. Eu te quero e você nem imagina como é difícil suportar. Você nem imagina como eu pensei em voltar atrás. Mas um amor de doze meses não é só um conto bobo de amor, eu não posso acreditar que seja fácil. Não quando a culpa é toda minha. O que você não sabe é o quanto eu quero que volte. O que você não ficou sabendo foi como eu esperava que se entregasse aquela noite. É, eu te enganei e me apaixonei. Como uma adolescente tola, eu me apaixonei. E como eu tentei não pensar no sabor dos seus beijos e no seu cheiro, depois que te deixei. Agora a culpa tomou conta da parte que você não levou. E estou aqui, sozinha, acordada no meio da noite, pensando em como fazer o tempo voltar e encarar outra vez o dono daqueles lindos olhos castanhos, John: você.


Por Carolina Gama  


O conto será postado semanalmente aqui e no blog Textos de Carol! Não deixem de conferir e passar adiante!

Comente logo abaixo, sua opinião pode ser um tijolo na ponte entre os corações de John e Rachel!

17 de julho de 2013

Ganhos e Restos

Sim, reclamei demais.
Fui além do meu limite.
O que ganhei?
Nada.
O que sobrou?
O mesmo de sempre.

Sim, sonhar é mais fácil.
Já cansei de imaginar novas realidades.
O que ganhei?
Experiência.
O que sobrou?
O mesmo de sempre.

Não, não fui paciente.
Um dos meus maiores erros.
O que ganhei?
Uma fratura na minha moral.
O que sobrou?
O mesmo de sempre.

Claro, me martirizei.
Porque me senti um lixo.
O que ganhei?
Um prêmio de burro do ano.
O que sobrou?
O mesmo de sempre.

Amigos!
Sim, me ajudaram demais. [Hellen] 
Mas minha cabeça idiota e burra os contra-disse muitas vezes.
O que ganhei?
O pior sentimento do mundo por ter brigado com um amigo.
O que sobrou?
O mesmo de sempre.

Familiares! Dádiva de DEUS, presente em minha vida.
Agradeço por ter total apoio deles.
O que ganhei?
Força e um puxão de orelha... não, vários, haha!
O que sobrou?
O mesmo de sempre.

Análise das consequências!
Diversos fatores vistos a serem trabalhados.
O que ganhei?
Experiência!
O que sobrou?
O mesmo de sempre, a ser trabalhado.

por Ronaldo Filho

9 de julho de 2013

Déjà vu!

É um sinal?
É o fim de um livro?
É a mão de DEUS?
O que será? O que aconteceu nos meus sonhos durante as noites que eu dormi anos atrás, já aconteceu. São partes de uma história que a mão pesada escreve. Metáforas, lugares, situações, imagens, edificações...
O sol!
Quando pensei ser o fim era apenas uma parte de mim pedindo uma trégua. O que o meu espírito quis dizer com tudo aquilo? Que simplesmente sonhei com lugares do futuro e hoje, estando nele, presenciei cada situação e local de cada sonho que tive?
Enigmas.
Na realidade, eu não vivi todos, estou vivendo mais um.
O último.
E depois?
O começo...


por Ronaldo Filho

8 de julho de 2013

Coelho Branco

Era um fim de tarde quente e silencioso, como daqueles que o vento nos dá o desprazer de sua ausência.

Pousou suavemente o pouco que sobrou de seu cigarro no cinzeiro. Ainda queimava lentamente em meio às cinzas. Sobre a mesa, o cinzeiro, um copo vazio com um odor de álcool e um cartaz com a foto de um coelho. Cruzou os pés e os colocou sobre a mesa. O jeans surrado de cor escura recuara, mostrando uma bota toda suja de barro. Sua camiseta xadrez estava suada e havia marcas de sangue e barro. Em seu rosto, a barba por fazer e o sorriso de satisfação era evidente. As mãos estavam feridas e imundas.
Fechou os olhos e encostou sua cabeça na poltrona, entrelaçando os dedos atrás da nuca. Sussurrou:
- Finalmente eu matei aquele desgraçado, aquele Coelho maldito e seu relógio de bolso!

por Ronaldo Filho

5 de junho de 2013

~Aphelion~

Dois pontos no manto do destino se cruzam
Dois pontos maravilhados com o impacto que houve
Tão felizes, permaneceram juntos por um breve período de tempo
Então vieram as circunstâncias e os afastaram um do outro

Dois pontos no manto do destino
Dois pontos que se perdem de vista
Tão tristes, um corroeu-se de ódio e o outro de tristeza
Então um ficou insano e o outro indiferente

Dois pontos...
Sim, dois pontos distantes que foram encobertos por uma névoa
Tão ansiosos por um reencontro
Mesmo longe trocam farpas

Nada de pontos
Nada de manto
Nada de neblina
A realidade os culpa, de tão iguais agora são diferentes

Não obstante a qualquer outro conto
Pode não haver final para este
Pode ser que os pontos retornem ao encontro
Que o manto lhe pareça favorável
E que a neblina seja eliminada

Quem determina o fim deste afélio?
Os pontos? O manto? A neblina?
Talvez.
Mas o que entra em jogo pode partir do interior destes dois pontos.

Ou apenas de um!

por Ronaldo Filho

19 de maio de 2013

Indomável

Talvez eu esteja voando longe demais
Longe das situações que me eram cabíveis de responsabilidades
Longe de quem eu pensava ser um dia

Dizem que sou como a ponta afiada de uma faca
Ou que tenho uma cabeça dura demais para entender as coisas
E já disseram que sou indomável

Não sou afiado                                      Apenas vejo os fatos
Não sou cabeça dura                            Apenas não me conformo com a falsidade
Não sou indomável                                Não aceito o 'cabresto imposta pela sociedade'

Apenas sigo minha vida
Apenas faço as escolhas
Apenas uso meu direito de livre arbítrio

E por toda minha sanidade
Por tudo o que passei
Sei que tenho muito a aprender

E pelas vezes insanas que agi de forma contrária
Peço o perdão, mas não o imploro
Entenderei se eu não o tiver                                   Mas espero sinceramente que me perdoe

Pode ser que um dia eu crie dentro de mim um monstro
Ou eu crie uma criança tão dócil e feliz
Ou quem sabe eu possa destruir tudo isso em mim
É preciso quebrar algumas regras para ser feliz
por Ronaldo Filho

16 de maio de 2013

Esperando pelo Trem

Lá estava...

...observando as árvores e como as folhas se balançavam com o vento. O céu azul parecia um mistério, nenhuma nuvem ousava atrapalhar aquela imensidão azul. Alguns pássaros iam e vinham, cantando sons da natureza.
No meio do verde, um toque sutil e grotesco do homem se mantinha numa linha cinza que cortava a floresta, trilhando um caminho qualquer. Ali estava, pensando nos erros, nas angústias, nos problemas, um homem cheio de mágoas. Motivos e conflitos internos de uma consciência que bloqueou qualquer chance de se deixar ser ouvida.
O som distante e maquinário, um trovão entre as árvores, se aproximava. Rasgava toda a paz e tranquilidade com seu terrível som e vibração, apenas por um instante.
No meio do trilho, o homem esperava, inexpressivo, pela resposta errada de sua vida naquele momento:

A morte!

por Ronaldo Filho

14 de abril de 2013

O Velho Jovem

Tão suave
Tão sorrateiro
Veio assim, num fim de tarde
Abalou os ossos
Tocou os sentimentos

O que é?
O que há?
O que houve?
Não é, não foi, talvez não será.
O tempo não se aplica aqui

Folhas caídas em tons de sépia
Um frio vento soprado do sul
Olho para o céu
O Cruzeiro do Sul parece sussurrar palavras
Não entendo elas

A felicidade está ali
A tristeza está ali
O amor
O ódio
Tudo entrelaçado

Velhas almas
Jovens carnes
Dois eternos
Experiente e Inexperiente são
Inexplicável, Estranho

Um manto negro desceu majestosamente
Sobre a mente escrivã
Sobre a alma sentimental
Naquela tarde em que os pássaros apareceram
Voando em torno do Velho Jovem

Talvez estivesse apenas melancólico
Talvez os pássaros estivessem ali para tirar este sentimento
Voando de forma audaz
E tanto faz
Porque hoje foi apenas uma tela acabada
E uma nova começará a ser pintada
Tendo acabado uma arte
Outra o aguarda

Em tons de flautas
Pedidos de liberdade
O cantarolar dos pássaros
Aquele dia se foi
E o sussurro de luz apenas disse:

-Abra suas asas, forte pássaro. Seja forte como o experiente Velho num corpo de um Jovem e alcance a liberdade. As trevas não conseguem se alimentar disso.

por Ronaldo Filho

29 de dezembro de 2012

Mente que Ferve

Minha mente é como um grande campo de batalha
O conflito de idéias e criações são imensas
É uma grande fornalha onde forjo muitas histórias
Às vezes parece estranho
Contudo, há dias em que desejo sumir deste mundo e ser tragado para meus contos
Contos onde muitos caminhos são criados
Muitas histórias, muitos personagens, uma grande saga, uma grande batalha...

Minha mente é um livro de páginas infinitas, com mapas embutidos, poções mágicas e criaturas escondidas para lutar e ajudar, um grande colosso preso numa caixa craniana que guarda um universo de histórias, contos, de probabilidades infinitas!

Orquestras e paisagens
Guerreiros e criaturas
Espadas e arcos
Campos e florestas
Um mundo infinito
Uma mente que ferve
Com uma grande história a ser escrita

por Ronaldo Filho

28 de outubro de 2012

Dopado

Um homem triste
Incapaz de se mover
As lágrimas secaram há tempos
Está hipnotizado
Ele se encontra dopado

Olha para os lados
Vê o mundo cinza
Vê as pessoas com o mesmo rosto
As mesmas expressões
Se dá conta de que não é nada em meio à multidão

As pálpebras pesadas
A aparência cansada
O coração...
Bem, o que sobrou é apenas o resto de uma bomba de sangue
Um corpo vazio no meio de uma multidão

Outros dias lhe eram cabíveis de felicidade
Lhe eram passíveis de recordação boa
Uma mulher que um dia ele desejou
Sim, por isso ele talvez se encontre dopado
Seu desejo é tê-la de volta

Nada mais
Nada menos
Apenas o sorriso daquela mulher
Ele pensa nela
Um brilho aparece em seu rosto

Um leve sorriso
Cores fracas aparecem
O som da multidão retorna
Mas então ele vê que está ao lado de ninguém
Permanecendo ao lado de muitos

A peça que falta
A mulher que falta
O beijo que falta
Tudo ou só isso talvez o traga novamente à lucidez
Ou um olhar novo, uma nova paixão

por Ronaldo Filho

20 de outubro de 2012

Por que não poetizo mais?


O pote secou?
A fonte acabou?
O jarro quebrou?

O que aconteceu?
O momento se perdeu?
A mente faleceu?

Algo estranho acontece.
A poesia em mim está inerte.

As palavras voltam.
As histórias retornam.

O coma do poeta é o refúgio de inspiração.
Agora entendo o tempo de tamanha espera.
Nem rima, nem sentido.

Como toda boa orquestra há os momentos de agonia e de felicidade.
Um ápice para um declínio.
Um declínio para uma grande curva aos céus.
O grande ápice ao qual preciso me agarrar.

Sim, voltou.
O pote não secou, foi trocado.
A fonte não acabou, se renovou.
O jarro...

Pra que jarros e potes se a mente de um poeta é um mundo de histórias repletas de criatividade?
Pra que me preocupar com meu coma se ele apenas descansa em mim para renovar minhas forças e minhas histórias?

por Ronaldo Filho

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